‘Quer se proteger do mosquito da dengue? Então come um dente de alho ou tome vitamina B12.’ Você já ouviu esse tipo de conselho? A não ser que você queira ganhar uns quilos a mais ou afastar as pessoas com o mau hálito, é melhor esquecer.
Que acontece é que o cheiro eliminado pela pele confunde a fêmea do mosquito, que não é atraída. O problema é que você precisa tomar uma grande quantidade das “simpatias” para que sejam absorvidas pela pele. A vitamina engorda e o alho vai afastar tanto o mosquito quanto qualquer outra pessoa. Acho que ninguém está interessado nisso - afirmou o chefe do Laboratório de Entomologia da Fiocruz, Anthony Érico Guimarães.
Segundo Guimarães, essas e outras ‘dicas milagrosas’ que são muito comuns nas regiões mais afetadas pela dengue, não são eficientes por causa da principal característica do mosquito: o criadouro dele fica dentro das casas. Ou seja, a não ser que você elimine as larvas do mosquito, você nunca vai conseguir se livrar definitivamente dele:
Não dá para ficar passando repelente o tempo inteiro dentro de casa, até porque é tóxico. Isso funciona se você estiver em algum local com mosquitos.
Confira algumas verdades e mentiras sobre a prevenção da dengue.
Repelentes: O repelente é uma boa solução para quando você estiver em algum local que tenha mosquitos. Não adianta usar dentro de casa, pois você teria que usar o tempo inteiro, e o repelente é tóxico.
Inseticidas: O inseticida que é jogado no ar, como o aerosol, só mata o mosquito se alguma gota dele atingir o inseto. Fora isso, ele afasta os mosquitos apenas enquanto o efeito durar.
Vela de andiroba: O cheiro da vela realmente afasta os mosquitos, mas só se estiver em um ambiente totalmente fechado, e só enquanto a vela estiver acesa.
Vitamina B12: A vitamina B12 faz com que o organismo libere um odor forte, o que acaba funcionando como um repelente para o mosquito. Mas assim como o alho, é preciso consumir uma grande quantidade da vitamina para que o odor possa ser sentido. O problema de ingerir a vitamina é que ela faz engordar.
Não adianta fazer campanha para informar a população. Todos sabem onde está o mosquito. A solução são campanhas educativas, a médio e longo prazo, nas indústrias, clubes, igrejas, centros comunitários, etc - afirmou o pesquisador, que ressaltou ainda a necessidade do ensino nas escolas.
Confira algumas dicas importantes do pesquisador para evitar o aumento dos casos de dengue e uma possível epidemia na cidade:
1. Eliminar definitivamente os pratos em baixo dos vasos de plantas - Os ovos do Aedes aegypti podem resistir fixados ao vaso de planta por mais de um ano. Com o passar do tempo, a areia vai sendo levada pela chuva ou pelo ato de regar a planta e os ovos que estão fixos no vaso da planta poderão produzir novos mosquitos;
2. Verificar a cada cinco dias os fossos de elevadores - Eles podem armazenar água utilizada na limpeza de condomínios. É muito comum se encontrar mosquitos circulando dentro de elevadores;
3. Verificar sempre os ralos - A idéia de que a água dos ralos é corrente e por isso não serve de criadouro para o mosquito pode ser equivocada, pois esses ralos geralmente estão entupidos e acumulam água;
4. Fique de olho em compartimentos que acumulam águas em geladeiras e ar condicionados - Bandejas que acumulam água na parte externa da geladeira e do ar condicionado são excelentes criadouros, pois apresentam temperatura e proteção ideal para as larvas do mosquito. Essas bandejas devem ser examinadas e lavadas com detergente regularmente;
5. Cuidar sempre das calhas de escoamento da água da chuva - No entorno dos telhados das casas e edifícios elas facilmente ficam entupidas pelas folhas que caem das árvores e são levadas pela chuva;
6. Plantas ornamentais, como bromélias, podem servir de criadouro para larvas do Aedes aegypti - Essas bromélias devem eliminadas de dentro das casas ou verificadas a cada cinco dias. As bromélias que estão em áreas de mata ou em lugares como Jardim Botânico, no entanto, não oferecem perigo.
Fonte: Globo Online
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