terça-feira, 6 de abril de 2010

Verdades e Mentiras sobre como se prevenir da dengue

‘Quer se proteger do mosquito da dengue? Então come um dente de alho ou tome vitamina B12.’ Você já ouviu esse tipo de conselho? A não ser que você queira ganhar uns quilos a mais ou afastar as pessoas com o mau hálito, é melhor esquecer.


Que acontece é que o cheiro eliminado pela pele confunde a fêmea do mosquito, que não é atraída. O problema é que você precisa tomar uma grande quantidade das “simpatias” para que sejam absorvidas pela pele. A vitamina engorda e o alho vai afastar tanto o mosquito quanto qualquer outra pessoa. Acho que ninguém está interessado nisso - afirmou o chefe do Laboratório de Entomologia da Fiocruz, Anthony Érico Guimarães.


Segundo Guimarães, essas e outras ‘dicas milagrosas’ que são muito comuns nas regiões mais afetadas pela dengue, não são eficientes por causa da principal característica do mosquito: o criadouro dele fica dentro das casas. Ou seja, a não ser que você elimine as larvas do mosquito, você nunca vai conseguir se livrar definitivamente dele:


Não dá para ficar passando repelente o tempo inteiro dentro de casa, até porque é tóxico. Isso funciona se você estiver em algum local com mosquitos.
Confira algumas verdades e mentiras sobre a prevenção da dengue.


Repelentes: O repelente é uma boa solução para quando você estiver em algum local que tenha mosquitos. Não adianta usar dentro de casa, pois você teria que usar o tempo inteiro, e o repelente é tóxico.


Inseticidas: O inseticida que é jogado no ar, como o aerosol, só mata o mosquito se alguma gota dele atingir o inseto. Fora isso, ele afasta os mosquitos apenas enquanto o efeito durar.


Vela de andiroba: O cheiro da vela realmente afasta os mosquitos, mas só se estiver em um ambiente totalmente fechado, e só enquanto a vela estiver acesa.


Vitamina B12: A vitamina B12 faz com que o organismo libere um odor forte, o que acaba funcionando como um repelente para o mosquito. Mas assim como o alho, é preciso consumir uma grande quantidade da vitamina para que o odor possa ser sentido. O problema de ingerir a vitamina é que ela faz engordar.


Não adianta fazer campanha para informar a população. Todos sabem onde está o mosquito. A solução são campanhas educativas, a médio e longo prazo, nas indústrias, clubes, igrejas, centros comunitários, etc - afirmou o pesquisador, que ressaltou ainda a necessidade do ensino nas escolas.


Confira algumas dicas importantes do pesquisador para evitar o aumento dos casos de dengue e uma possível epidemia na cidade:


1. Eliminar definitivamente os pratos em baixo dos vasos de plantas - Os ovos do Aedes aegypti podem resistir fixados ao vaso de planta por mais de um ano. Com o passar do tempo, a areia vai sendo levada pela chuva ou pelo ato de regar a planta e os ovos que estão fixos no vaso da planta poderão produzir novos mosquitos;


2. Verificar a cada cinco dias os fossos de elevadores - Eles podem armazenar água utilizada na limpeza de condomínios. É muito comum se encontrar mosquitos circulando dentro de elevadores;


3. Verificar sempre os ralos - A idéia de que a água dos ralos é corrente e por isso não serve de criadouro para o mosquito pode ser equivocada, pois esses ralos geralmente estão entupidos e acumulam água;


4. Fique de olho em compartimentos que acumulam águas em geladeiras e ar condicionados - Bandejas que acumulam água na parte externa da geladeira e do ar condicionado são excelentes criadouros, pois apresentam temperatura e proteção ideal para as larvas do mosquito. Essas bandejas devem ser examinadas e lavadas com detergente regularmente;


5. Cuidar sempre das calhas de escoamento da água da chuva - No entorno dos telhados das casas e edifícios elas facilmente ficam entupidas pelas folhas que caem das árvores e são levadas pela chuva;


6. Plantas ornamentais, como bromélias, podem servir de criadouro para larvas do Aedes aegypti - Essas bromélias devem eliminadas de dentro das casas ou verificadas a cada cinco dias. As bromélias que estão em áreas de mata ou em lugares como Jardim Botânico, no entanto, não oferecem perigo.




Fonte: Globo Online

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