sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Como curtir o Carnaval sem culpa e medo, se protegendo das DSTs

Dra. Nara Mattia alerta para os cuidados que os foliões devem ter durante os dias de folia

O comportamento permissivo e o uso excessivo de álcool e drogas são a combinação perfeita para o sexo sem proteção no Carnaval, já que durante os dias de folia parece ninguém ser de ninguém e vale tudo, por isso o risco de não se cuidar é muito maior. O comportamento permissivo e o uso excessivo de álcool e drogas são a combinação perfeita para o sexo sem proteção no Carnaval, já que durante os dias de folia parece ninguém ser de ninguém e vale tudo, por isso o risco de não se cuidar é muito maior. "Nessa época, o que mais se escuta falar é em gestações indesejadas e a proliferação das DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Esses itens poderiam ser facilmente cortados da lista de ocorrências durante o Carnaval se as pessoas adotassem uma simples atitude, o uso da camisinha, tanto masculina como a feminina", alerta Dra. Nara Mattia, ginecologista e mastologista. A camisinha é a proteção mais segura contra doenças sexualmente transmissíveis, e isso é amplamente divulgado e conhecido pela população. O que poucos conhecem são todas as DST, como delas se prevenir e como delas se tratar.


Um bom exemplo é a Clamídia, infecção causada pela bactéria Clamydia trachomatis, que quando há manifestação de sintomas, estes são semelhantes aos da Gonorréia. Ou seja, secreção vaginal,disúria (ardência para urinar) ou sangramento uterino anormal atingindo todo o trato urogenital. O tratamento para ambas, é o uso de antibiótico para o casal, e o melhor método de prevenção é a camisinha, até mesmo no sexo oral, onde tais moléstias também são transmitidas.
Outra doença sexualmente transmitida é a sífilis, também transmitida por uma bactéria, a Treponema. Os sintomas são a aparição, no local da inoculação e após aproximadamente três semanas, uma lesão denominada cancro duro, o que caracteriza o período primário. Trata-se de uma mácula, depois pápula, com cerca de 1 a 2 cm, que se ulcera, apresentando bordas firmes, planas, não elevadas, e acompanhada de adenopatia satélite. Tal lesão não é dolorosa, contudo é altamente infectante. Após duas ou três semanas inicia-se o período secundário, quando surgem lesões na pele, sifilides, como roséolas, pápulas, condilomas planos, pústulas e úlceras, acompanhadas ou não de sintomas gerais, como febre, adenopatia, anorexia, cefaléia e artralgia. Estas lesões do secundarismo desaparecem após seis a oito semanas e a moléstia entra em um período latente recente e após dois anos, em um período latente tardio. Esta última fase pode evoluir para a sífilis terciária, que se caracteriza pelas gomas (lesões localizadas, destrutivas e necróticas) na pele e tecidos de vários órgãos e sistemas, como ósseo, cardiovascular e neurológica. O tratamento da sífilis é à base de antibióticos, e a melhor forma de prevenção é o uso da camisinha.
Outra DST comum é o HPV, doença viral infecciosa, também conhecida por crista de galo, verruga genital ou condiloma acuminado. A maioria das infecções por HPV é assintomática. Contudo a doença pode se manifestar na forma de verrugas, em uma forma denominada subclínica, na qual o vírus é detectado apenas sob técnicas de magnificação e após aplicação de reagentes, como o ácido acético, ou o vírus pode estabelecer uma infecção latente onde não há maneiras clínicas ou subclínicas de identificá-lo. Sendo assim, detectado somente por avaliações moleculares do tecido infectado, onde o DNA viral é encontrado.




Não é conhecido o tempo que o vírus pode permanecer em tal estado, podendo variar de semanas a décadas. Os condilomas ou verrugas, dependendo do tamanho e localização anatômica, podem ser dolorosos, friáveis e/ou pruriginosos.
Quando presentes no colo uterino, vagina, uretra e ânus, também podem ser sintomáticos. As verrugas intra-anais são predominantes em pacientes que tenham tido coito anal receptivo. Já as perianais podem ocorrer em homens e mulheres que não têm história de penetração anal. Menos freqüentemente podem estar presentes em áreas extragenitais como conjuntiva mucosa nasal oral e laríngea. O tratamento basicamente é a remoção das verrugas sintomáticas, levando a períodos livres de lesões em muitos pacientes. Verrugas genitais freqüentemente são assintomáticas. Nenhuma evidência indica que os tratamentos atualmente disponíveis erradicam ou afetam a história da infecção natural do HPV. A remoção da verruga pode ou não diminuir sua infectividade. Se deixados sem tratamento, os condilomas podem desaparecer, permanecer inalterados, ou aumentar em tamanho ou número. Nenhuma evidência indica que o tratamento do condiloma prevenirá o desenvolvimento de câncer cervical. E a melhor forma de prevenção é o uso da camisinha de látex, masculina ou feminina.



E, finalmente, temos a AIDS, a mais conhecida e temida de todas as DST. É uma doença viral, transmitida pelo contato sexual e pelo contato com sangue contaminado. O vírus usa células imunológicas (glóbulos brancos) para se reproduzir, deixando assim um indivíduo infectado sem defesas e vulnerável a qualquer agente invasor, por mais fraco que este seja.




O vírus HIV pode ficar sem se manifestar, permanecendo inativo em um indivíduo infectado por um período, que pode ser extremamente longo. Ou seja, uma pessoa pode estar infectada com o HIV, mas permanecer a vida inteira como portadora do vírus apenas.

O tratamento da AIDS não se baseia em combater o vírus, pois ainda não há meios para isto, mas sim em suprir esse sistema imunológico lesado. Isso se dá por meio do coquetel de remédios.

O meio mais indicado para combater qualquer vírus é a vacinação, porém com o HIV a vacinação não é possível, pois se trata de um vírus de RNA e não DNA. Isso significa que o HIV não é como a maioria dos vírus que, ao se alojar numa célula e usá-la para a sua reprodução, sairá na mesma forma de antes. Não os retrovírus, como o HIV, ao passarem pelo processo de transcriptase do DNA viral, assumem uma nova forma, já que sua estrutura genética é alterada.

Portanto, não é por menos que a AIDS é tão temida, um vírus mutante que destrói suas defesas a ponto de deixar o infectado a mercê das doenças mais simples, como resfriados, que para as outras pessoas é inofensivo.

Brincar e se divertir no Carnaval sem medo é possível, para isso basta apenas se proteger, se cuidar, uma das prevenções é a Camisinha.


Autor: Dra. Nara Mattia
Fonte: Facto Jornalismo Empresarial

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